Há muito não frequentava tao assiduamente as salas. Confesso que já fui mais cinéfila mas tenho sido acometida de "preguiça aguda" misturada com falta de bons cines aonde moro, então vira um binômio perfeito para acomodação.
Mas vamos lá ao que mais gostei até agora.
Deixo claro que é uma ordem aleatória.
Assisti em janeiro ao filme italiano "La Grande Bellezza" (A grande beleza) - achei exagerado (como tudo na Itália/Roma, principalmente), sobre a decadência daquela sociedade.
Acho que o fato de ter entrado com o filme já com uns cinco minutos de início - por total da falta de organização do Itaú Cultural - contribuiu um pouco para minha decepção.
Continuando na linha de filmes europeus, fui ver o frances "Elle s'en va" (Ela vai). Uma comédia dramática sobre a vida de uma mulher madura (aqui interpretada pela maravilhosa e ainda belíssima Catherine Deneuve, realmente musa) que um belo dia acorda para a vida e resolve sair "para comprar cigarros".Sei que o tema não é novo mas aqui ficou muito bem e com um ar renovado - além da Bela da Tarde há um elenco muito bom para dar o apoio necessário a trama -Nemo Schiffman, Camille Dalmais, Hafsia Herzi, Valérie Lagrange - e o filme possui uma linguagem de diário de bordo, pois te faz embarcar na viagem que a personagem-título enfrenta ao longo dos dias e mostra uns vilarejos franceses pouco conhecidos.. Recomendo. Achei bem legal.
E chegou fevereiro e comecei com o indicado ao Oscar (não ligo para isso esse tipo de opiniao) "Trapaça".
Fui sem grandes expectativas mas já havia escutado uns comentário sobre os atores etc.
Eu estava entre ele e o Lobo de Wall Street. O Lobo perdeu por conta de ser longo demais, pelo menos para mim; filmes com mais de três horas de duração só curto ver em casa e seus horários de exibição não "batiam" com os meus.
Lógico que já assisti muitos longas, longos. Mas atualmente sou inquieta em demasia, mas voltando ao "Trapaça", ele já me interessou por ser baseado em algo real, que sempre gosto, mas creio que o grande trunfo do filme é seu elenco.
Nossinhora do cinema (acho que é Santa Clara?), que elenco maravilhoso!!!
Um filme que conta a história de algumas pessoas que tem o "dom vamos assim dizer" de enganarem todos os outros.O filme é ambientado em 1970 - muito bem recriado, creio eu.
Com direito a fundo musical com Donna Summer, Santana dentro outros.
E chamo atenção para um "solo" da estonteante Jennifer Lawrence. Excelente!
Soube que será apresentado em Berlim.
Finalmente fui assisti ao comentado, badalado "The book thief"(A menina que roubava livros).
Não li o livro.
No caso de histórias tiradas dos livros lançados ouço as pessoas reclamarem que o filme "não é fiel ao livro".
Analisando:
- no livro, você é que cria a história em sua cabeça; as locações e tudo mais são "inventadas" no seu imaginário enquanto em um filme você tem a visão do produtor, roteirista e toda uma equipe que traduz e transforma o livro para ser mais comercial (na grande maioria das vezes) e que tem visões distintas sobre o que foi escrito. Por algumas vezes as idéias daqueles profissionais coincidem com a nossa e aí vemos mais ou menos o que imaginamos. Porém, é verdade que em outras ocasiões criamos uma expectativa, não verdadeira quero deixar claro, sobre livros, lugares, pessoas etc e quando vemos a realidade ficamos um pouco no ar.
Embora as pessoas comentem sobre a história da menina, sua vida, seus livros e tudo mais, o que mais chamou-me atenção foi a história contada, em off, e tendo como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial na Alemanha nazista, comandada por Hitler. Uma Alemanha que falda dos mais pobres, dos jovens que eram obrigados a cumprir deveres militares e dos inúmeros sacrifícios que todos deviam fazer para proteger os mais afligidos. A menina que roubava livros é um elo condutor para mostrar como aqueles tempos eram difíceis e o quanto o povo sobre com essa barbárie.
Recomendo muito, principalmente para pessoas que como eu, adoram história e cultura geral.
Olá Ilma!!!
ResponderExcluirBem, o primeiro filme não vi, mas os outros citados, a não sero "O Lobo" que ainda verei, todos os seus cometários são pertinentes, muito bem observados. Lógico, que sou suspseita para falar da "minha" pequena ladra literária, pois sou sua fã incondicional desde que foi lançado o livro. Este filem sem sombra de dúvidas é o mais tocante e foi o mais aguardado na minha lista desde que ouvi rumores de sua adaptação para o cinema. O filme, para mim, não saiu nem um pouco de toda beleza e ludicidade trazida pelo livro. O que infelizmente ainda teremos de aprender, e me coloco nesta també, pois já reclamei mto, é que livros são o nosso mundo particular posto em construção e como você bem disse tudo mais são coisa "inventadas" no seu (nosso) imaginário" enquanto cinema é um modo de ver a obra por um das suas muitas possibilidades. . Creio que a direção e produção foi muito feliz na adaptação, nas escolhas perfeitas dos atores para cada papel, cenários, locações, tudo muito bom. Enfim, estou feliz e muito satisfeita de ter visto uma obra tão emocionante sendo tão ternamente colocada na tela maior. E posso contar? Vi inúmeras pessoas em lágrimas quando as luzes se acenderam... então para mim foi cumprido o propósito, pois eu mesma ao final das últimas linhas, estando dentro de um coletivo não consegui conter a emoção que toda a história me passou ao longo dos dias em que a li pela primeira vez. Amei seu artigo. E vou recomendar. Bjs e sucesso em seu blog.
Aline Allesiée
Ilma, de todos os filmes que você citou aquele que mais me tocou foi "The Book Thief"! Esse tema da Alemanha Nazista parece mesmo ser inesgotável. Interessante, nesse filme, é a abordagem do sofrimento dos alemães pobres, subjugados pela massacrante dominação de Hitler, como única forma de sobrevivência, sem que tivessem incorporado a ideologia nazista. O mesmo e batido tema, sob um ângulo diferente. Bom...a menina é fantástica! A interpretação de todos maravilhosa. A fotografia lindíssima! Fiquei até com vontade de ter uma filha igualzinha a inesquecível Liesel... Também não li o livro, mas concordo com vocês a respeito de nossas frustrações quando lemos o livro antes de ver o filme. Há exceções, como, por exemplo, o "Código Da Vinci", filme, ficou muito distante do livro, e não poderia ter sido diferente, em razão da riqueza de detalhes que um filme de duas horas não tem condições retratar. Resultado: fiquei com a impressão de que, para quem não tinha lido o livro, ficaram muitas lacunas.
ResponderExcluir"O Lobo de Wall Street" é um bom filme, mas, muito intenso, transmite uma adrenalina que me fez sair cansada do cinema, ao invés de me relaxar. Acredito que retrate muito bem o mundo dos corretores de ações, e todas as trapaças envolvidas. Parece espelhar bem a realidade desse mundo, mas - como sempre digo - ao escolher um filme, temos que sentir como está nosso espírito no dia.
Adorei "Elle s'en va", até porque eu me identifiquei demais com a protagonista, talvez, por uma fase que esteja passando em minha vida! Senti vontade de fazer a mesma coisa!!Além disso adoro filmes ambientados na França. O roteiro é maravilhoso, é como se o impulso de sair sem destino fosse como puxar o fio de um novelo e deixar que a vida nos conduza. Fiquei com a impressão de que, em muitos momentos, talvez seja essa a solução. Quando achamos que devemos ter o controle de tudo, talvez fiquemos estagnados ou perdemos a chance de desfrutar boas experiências.
Sou cinéfila, e embora a "Grande Beleza" não seja bem o meu estilo preferido, eu gostei bastante, porque, no meu sentir, retratou com originalidade o processo do envelhecimento do ser humano. Senti que a decadência da sociedade romana teria sido o pano de fundo da questão do envelhecimento do ser humano.
Enfim, vou parando por aqui, porque acho que já estou entrando em devaneios...rs, rs...